Este
panfleto foi distribuído pelo Reagrupamento Revolucionário no
massivo protesto dos trabalhadores estaduais no dia 2 de março. Além
dos trabalhadores, o protesto também recebeu o apoio de um grande
número de estudantes secundaristas, que lutam contra a situação
caótica causada pelos cortes na educação.
Pezão
faz cortes massivos na saúde e educação e ataca os trabalhadores:
organizar uma greve do serviço público estadual!
Pagamento
imediato dos salários e direitos atrasados!
Incorporação dos contratados e terceirizados com igualdade de
direitos! Chega de privatização: por serviços 100% públicos,
gratuitos e de qualidade!
Pezão
está destruindo os serviços públicos do estado do Rio de Janeiro.
A queda de arrecadação de royalties devido à baixa do preço do
petróleo revelou o rombo nas contas do estado causado pela
transferência de dinheiro público para empresas privadas, isenções
fiscais para os empresários, corrupção e má gestão. Os cortes
das verbas estão deixando trabalhadores sem salário, fechando
escolas, bibliotecas e universidades, causando um caos nos hospitais.
O governador não hesitou em lançar também um “pacote de
maldades” contra os trabalhadores a população. Ele quer o aumento
da cobrança previdenciária dos servidores, congelamento de
salários, restrição ou mesmo corte do Bilhete Único etc. Enquanto
isso, segue dando bilhões em isenção fiscal para empresários e
assumindo dívidas das empresas privadas, como os 39 milhões da
conta de luz da Supervia/Odebrecht.
O
MUSPE (que reúne somente as diretorias sindicais de várias
categorias) chamou o protesto do dia 3 de fevereiro, que encheu a
ALERJ. Isso mostra a disposição de luta dos servidores. Mas para
derrotar Pezão será necessária uma luta firme, que fuja da rotina
da burocracia que domina a maior parte desses sindicatos. É
preciso brigar por assembleias de base em todas as categorias e
preparação de uma greve unificada e combativa.
Mas a burocracia sindical não está
preparando essa luta. Chamou outro protesto só para o começo de
março e uma paralisação de três dias. Se ficar só chamando
um ato por mês,fazendo só paralisações curtas, não vai
fazer nem cócegas no governo. Não podemos ir a reboque dessa
perspectiva, que não almeja sequer organizar os
milhares de terceirizados e contratados. Para a luta ser vitoriosa,
nós do Reagrupamento Revolucionário defendemos:
– Que essa
luta não pode ser meramente corporativa,
se limitando a defender o pagamento dos salários atrasados. É
preciso ganhar
o apoio da população combatendo
também os outros ataques de Pezão, questionando por inteiro a
lógica de transferência de recursos públicos e “incentivos” às
Organizações Sociais (OS) e outras empresas.
– Que
é preciso unir os trabalhadores por um serviço
público, gratuito e de qualidade, com estabilidade e plano de
carreira digno.
Para isso, não basta a demanda de mais concurso público, porque
isso deixa de fora os milhares de trabalhadores
contratados e terceirizados de
hoje. Devemos exigir, por isso, também a imediata
integração desses trabalhadores, com igualdade de direitos. Temos
de romper as barreiras impostas pelo governo e patrões para nos
dividir. Mas a burocracia sindical não defende essa perspectiva,
inclusive o PSOL e o PSTU, que dirigem o SEPE, se limitam à visão
de “mais concursos”.
– Que
não deve haver unidade com agentes de repressão policial. Os
policiais (e setores militaristas dos bombeiros) reprimem as
lutas dos trabalhadores. Apesar de serem servidores do estado, não
podemos ter ilusões de que são “amigos” ou aliados da classe
trabalhadora. A burocracia sindical não tem o direito de calar os
servidores e ativistas que sabem disso e denunciam o papel cumprido
pela polícia contra a população negra e os pobres no estado do
Rio. Em todas as manifestações, devemos chamar também pelo fim
da polícia militar e demais forças de repressão. Mais
uma vez, nem a burocracia sindical e nem a esquerda oportunista falam
uma palavra sobre os crimes da polícia, por desejarem um movimento
conjunto com a “base” dos policiais.
– Que não
dá para ganhar essa luta apostando prioritariamente em apelos à
Justiça ou a parlamentares. Se
o apoio de deputados existe, deve ser explorado para divulgar a luta.
Mas não pode ser mais do que um acessório. Explorar as
contradições da Justiça faz parte, mas não
substitui a luta.
Através da grande maioria dos seus membros, tanto a Justiça como a
Assembleia Legislativa são, em última instância, vendidas
para os mesmos senhores que mandam no governo Pezão. Está
na hora de a classe trabalhadora deixar claro que não vai aceitar os
ataques da corja capitalista corrupta de Pezão e seus aliados
(incluindo o governo Dilma). Mãos à obra, companheiros! À luta!
O Reagrupamento
Revolucionário é uma
organização comunista (trotskista) que luta para a construção de
um partido revolucionário internacional. Os trabalhadores no campo e
na cidade não podem melhorar profundamente as suas condições de
vida no capitalismo. Os burgueses tiram com uma mão o que deram com
a outra. Os grandes donos do capital não aceitam as menores
reformas. Precisamos lutar por uma revolução socialista que torne
aqueles que tudo produzem os senhores coletivos de todas as riquezas
da sociedade. O socialismo só pode triunfar a nível mundial, mas em
todos os países os trabalhadores contribuem com sua luta para pôr
fim à exploração. Pelo socialismo! Pela reconstrução da IV
Internacional comunista!
Fevereiro
de 2016